Elida Almeida, uma das maiores vozes da atualidade cabo-verdiana, referida por muitos como a líder da nova geração musical do país, lança amanhã, dia 27 de janeiro o quarto disco de estúdio “Di Lonji”, pela editora Lusafrica. A apresentação ao vivo deste disco acontece já no dia 11 de Fevereiro em Paris, na sala Pan Piper e segue-se Lisboa a 25 de Março no Capitólio. Os bilhetes já se encontram disponíveis nos locais habituais.
A escolha do nome “Di Lonji” não é inocente, espelha a sua essência e trajeto. Retrata Elida, de onde vem geograficamente, mas também todas as distâncias de Cabo Verde, desde a zona de origem, ao caminho da concretização dos sonhos, o alcançar dos objetivos, trespassando todas as barreiras que ali representa o ser do interior… de fora (di fora), no criolo.
São 14 os temas que se podem ouvir neste álbum, gravados entre Cabo Verde, Portugal e Estados Unidos e misturados e masterizados em Paris, com direção artística de José da Silva, produção e arranjos de Hernani Almeida e Momo Wang. Ao longo de todo este trabalho, pode ouvir-se sonoridades bem características do universo de Elida, como o Batuque tradicional, ao não tradicional na linha do Blues, ao Tabanka, ao Kola Samba, que aos poucos poucos se torna um ritmo latino, numa união que fortalece a relação da música de Cabo Verde com a música latina, até aos elementos eletrónicos, para além de Elida ainda revisitar o repertório dos Bulimundo, ao regravar um tema que cresceu a ouvir “Dimingu Denxo”.
O disco representa toda essa intensa e persistente caminhada, com todos os fatores que o dificultaram e que foram ultrapassados, o vencer todos os estereótipos, a busca de aprovação que a fez chegar aqui.
“Venho de um país que, há algumas décadas, nem estava no mapa. Venho sobretudo do interior da ilha de Santiago, de uma paisagem tão profunda, tão remota, que a maioria dos seus habitantes nunca a abandona. Visitei 50 países, ganhei muitos prémios e divulguei as minhas criações pelos quatro continentes… De olhos fechados consigo, tantas vezes, reviver toda a minha infância, o inicio, de tão longe, e distante no tempo e retrato aqui neste disco exatamente a dificuldade de vir desse interior tão estigmatizado e poder mostrar as minhas raízes, o trabalho, a dedicação e os esforços a todos os níveis. O ter de saltar tantos obstáculos para estar agora, aqui…” explica Elida.
Depois do tema de avanço “Dondona”, “Bedjera” é o segundo single deste trabalho, e vem acompanhado de um videoclipe, já disponível no canal oficial de YouTube da artista. Nesta faixa, Elida destaca a Tabanka, género musical tipicamente cabo-verdiano e herdado dos povos escravizados da época. A faixa nasceu enquanto estava em residência artística, acompanhada por um beatmaker francês, Momo Wanda, que fundiu este género a sonoridades mais modernas. Mostrando aqui a imensa magia e universalidade da música.
Conhecida pela maturidade, talento e generosidade da sua escrita e interpretação, Elida Almeida deu-se a conhecer ao mundo em 2014, ano em que foi descoberta pelo produtor José da Silva – também responsável por apresentar Cesária Évora ao mundo. Oito anos depois da estreia, Elida Almeida faz o balanço de todo este seu percurso, onde já chegou. Assim batiza o seu quarto álbum: “Di Lonji, “De longe”.