A Unidade Avançada de Proteção Civil de Vale Maria Dias, em plena Serra do Caldeirão, recebeu na passada quinta-feira uma sessão de apresentação do Projeto REACT, dirigida a proprietários de terrenos na freguesia do Ameixial onde se irá desenvolver esta iniciativa.
Combater a desertificação do território e, ao mesmo tempo, promover a sua resiliência face ao risco, através da rearborização e de ações que promovam o aumento da fixação de carbono e de nutrientes no solo, é o grande objetivo deste projeto financiado pelo PRR, no âmbito do apoio à transição climática.
Um grupo de proprietários locais participou nesta reunião para receber algumas informações e esclarecimentos. Por parte do Município, Patrícia Cruz, apresentou o investimento que será levado a cabo ao abrigo do REACT, assim como todos os trabalhos a realizar e os equipamentos a adquirir. Carla Cristo, da Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão, entidade parceira no projeto, deixou igualmente algumas diretrizes aos presentes sobre a candidatura aprovada.
Os proprietários aceitaram desde logo participar na implementação do projeto, elogiando as ações e o desiderato que se pretende alcançar.
O presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, presente neste encontro, mostrou a sua satisfação pela aprovação da candidatura, “uma iniciativa que tem o foco na adaptação à mudança do clima que está também a ter sérias implicações na vida no mundo rural”. “Esta é uma pequena ação mas com uma importância imensa que é a de dar valor ao coberto vegetal. A defesa da vida da nossa floresta não é possível sem a colaboração de todos vós”, frisou ainda o autarca.
Com este projeto pretende o Município de Loulé requalificar uma área de 147 hectares no Ameixial, de forma a obter um mosaico diverso potenciador da biodiversidade, valorizando os serviços ecossistémicos e contribuindo para uma maior resiliência do território. Procura-se assegurar, em simultâneo e de modo sustentável, a manutenção desta área, procedendo ao restauro e requalificação dos sistemas agroflorestais de medronheiros, sobreiros e azinheiras, e valorização do pomar misto de sequeiro característico da região algarvia.
As ações preconizadas de melhoria de pastagens e sua incorporação irão melhorar o sumidouro de carbono na área de implementação do projeto, assim como a sua estrutura.
Por outro lado, prevê-se que esta iniciativa assegure as condições necessárias para a preservação dos solos, fomentando intervenções agroflorestais de conservação e manutenção, nomeadamente cobertura do solo biodiversa e melhoramento da sua estrutura através da fixação e melhoria da fertilidade e infiltração da água.
Está prevista a plantação de cerca de 30 mil plantas autóctones.
Financiado na totalidade pelo REACT – EU / 2021 – Apoio à Transição Climática, este é um investimento 735 448,84 euros.
É de sublinhar que esta é mais uma ação com enquadramento no Plano Municipal de Ação Climática, o documento orientador do Município de Loulé para as questões da sustentabilidade, e que foi o primeiro do país a ser aprovado. Por outro lado, insere-se na Agenda de Sustentabilidade e Biodiversidade, um dos dossiers mais importantes que a Autarquia tem neste momento em mãos para dar resposta à necessidade de preservação e defesa do património florestal.
CM Loulé