Diocese do Algarve | Relatório da Comissão Independente para estudo dos Abusos Sexuais na Igreja

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Com a finalidade de informar os seus diocesanos e de responder às interpelações de vários órgãos de comunicação social, a Diocese do Algarve esclarece que:

  1. A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja em Portugal entregou ao Bispo do Algarve, na passada sexta-feira, dia 3 de março, uma lista com dois nomes de sacerdotes, alegados abusadores;
  2. Um dos nomes refere-se a um caso que a Diocese do Algarve teve conhecimento em outubro de 2021 e que desencadeou imediatamente a investigação prévia, com informação ao Ministério Público, cujo resultado foi enviado para a Santa Sé, a qual, após a análise do processo, indicou que o mesmo devia ser arquivado.
  3. O segundo nome indicado não corresponde a nenhum sacerdote incardinado na Diocese do Algarve, nem se encontra nos arquivos diocesanos alguma referência a seu respeito. O Bispo do Algarve já informou a Comissão Independente (Grupo de Investigação Histórica) desta ocorrência, ficando a aguardar uma informação adicional sobre este assunto.
  4. O Bispo do Algarve convocou, hoje, todo o clero da Diocese para uma Assembleia geral destinada a estudar medidas para prevenir a possibilidade de ocorrência de abusos no futuro, quer envolvendo menores, quer adultos vulneráveis, a partir da legislação civil e canónica em vigor. Pretende-se alargar esta ação de formação a todos os agentes diocesanos de pastoral.
  5. Recordamos que, na sua mensagem Quaresmal, o Bispo do Algarve considerou «a recente publicação do relatório para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa pela Comissão Independente» como «um veemente apelo à conversão», apelo que exige «coragem e decisão em conhecer a verdade». Salientando que «ninguém pode abafar ou ignorar este grito», que nos remete para «uma realidade inqualificável». A Igreja é chamada a «assumir a responsabilidade que essa verdade reclama». Nesse sentido, a Diocese do Algarve e o seu Bispo tudo farão para que sacerdotes e demais agentes de pastoral recebam informação e formação sobre este assunto, com o objetivo de criar uma «cultura do cuidado e da transparência» em todas as instituições diocesanas. Da mesma forma, todas as comunidades devem desenvolver uma «nova sensibilidade de modo a prevenir e a denunciar situações que possam ocorrer na proteção e defesa das crianças, adolescentes e adultos vulneráveis».

D. Manuel Quintas apela a todos, no sentido de manterem a esperança e de cultivarem um sentido cristão de acolhimento total às vítimas, bem como de caridade e acompanhamento em relação aos abusadores, chamados a assumir as consequências canónicas e civis dos seus atos.

O Bispo do Algarve reitera que, neste tempo de Quaresma, somos todos convidados a «fazer uma experiência de superação das nossas faltas de fé e das nossas resistências» para que possamos seguir Cristo «pelo caminho da cruz», para que a verdade, a justiça e o amor prevaleçam como sinal da ressurreição e do caminho apontado por Jesus.

GIDAlg

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