Na última década, a dinâmica de programação dos teatros algarvios tem vindo a crescer, havendo já uma oferta considerável no que diz respeito à fruição cultural. É hora de apostar na criação própria e no reforço de competências, um criação de qualidade, que nada fica a dever ao resto do país, e passível de ser ‘exportada’ a outras regiões.
Se bem que seja inegável a existência de inúmeros projetos artísticos de qualidade no Algarve, que em muito contribuem para a democratização e acessibilidade das mais diversas práticas artísticas, urge repensar o que não está a ser feito e construir pontes e pontos de encontro para a criação e formação artística profissional a nível regional.
É neste contexto que surge a primeira edição do Colectivo Teatral do Algarve – colecTA’ 23, um projecto de características singulares que deseja reconhecer e unir “fazedores de teatro” que, para além de contribuírem para o desenvolvimento das artes cénicas no Algarve, do Sotavento ao Barlavento, almejam um exercício cada vez mais digno da sua profissão, em colaboração com os seus pares.
A proposta passa, assim, por reunir cerca de 10 actrizes e actores em cena, oriundos de diversas zonas do Algarve, para a criação de um espectáculo inédito dirigido por Nuno Pino Custódio, um dos mais proeminentes encenadores e pedagogos portugueses da atualidade, com estreia prevista a 10 de Novembro de 2023, no Cineteatro Louletano, e posterior digressão por Lagos, Lagoa e Faro, entre Fevereiro e Março de 2024.
A estas semanas precederá um workshop de 40 horas, “O actor e a neutralidade”, aberta a bem como a todos os interessados em artes performativas, desde que já com experiência em teatro. Da formação irão ainda ser selecionados os últimos elementos do elenco do colecTA’ 23 – Colectivo Teatral do Algarve,
Neste sentido está, a partir de hoje e até dia 25 de junho, oficialmente aberta a chamada para atrizes e atores para o “O actor e a neutralidade”, com Nuno Pino Custódio, que decorrerá de 28 de Agosto a 2 de Setembro, no Auditório do Solar da Música Nova, em Loulé.
Para participar é necessário o envio de uma biografia (máx. 1500 caracteres) ou CV, para o endereço: [email protected], e o preenchimento de uma ficha de inscrição – onde os interessados deverão indicar se têm disponibilidade e interesse em se candidatar também ao projeto de criação.
No entanto, a formação teatral não surge isolada; integram ainda o projeto mais três módulos de formação (direcionados a todos interessados, desde que com experiência prévia numa das áreas): produção, orientado por Pedro Silva, cenografia e figurinos, por Patrícia Raposo, e iluminação, dirigido por Mafalda Soares Oliveira, com o objetivo de formar uma equipa algarvia para conceber, também coletivamente, a parte plástica do espetáculo, e de fazer todo o acompanhamento técnico e de produção, durante a fase de apresentações, a nível regional e nacional.
Assim e, assente numa lógica colaborativa, este projeto pretende reafirmar o Teatro enquanto veículo de transformação, tanto a nível de criação como de consumo defendendo que, ver teatro, feito por algarvios, em diferentes pontos do Algarve, com maior regularidade, poderá ser um dos passos para a tão almejada evolução do sector na região.
Mákina de Cena