A oitava ronda do Campeonato do Mundo de MotoGP realizou-se este fim de semana nos Países Baixos, mais concretamente em Assen, na Holanda.
Ao longo dos três dias de GP, Miguel Oliveira mostrou a sua garra e desejo de vencer na Catedral da Velocidade, tendo conseguido entrar na Q2, para largar da 4ª linha da grelha de partida tanto na sprint race como na corrida longa de domingo, tendo em ambas as corridas chegado a rodar muito próximo de P5.
A sexta-feira começou ensolarada no lendário Circuito TT em Assen, dia em que o piloto da Charneca de Caparica esteve perto de garantir uma entrada direta para Q2, já que ocupou o 13º lugar, na classificação de tempos combinados dos treinos. Nesse dia, Oliveira trabalhou duro da primeira à segunda sessão. No treino dois, chegou mesmo a ser 0,872 segundos mais rápido em comparação com o treino da manhã, fechando o 13º melhor tempo do dia e falhando o Q2 por apenas 0,220 segundos.
O português não ficou completamente feliz, mas ficou ciente do que precisa de trabalhar: “Foi um dia estranho, de manhã e à tarde, lutei com a estabilidade da moto nas mudanças rápidas de direção, o que me fez perder muito tempo. Acho que devo ser o único a ter esse tipo de problema entre os quatro pilotos da Aprilia. Definitivamente há espaço para melhorias, com certeza, veremos isso amanhã [sábado]. Havia potencial para muito mais, mas simplesmente não conseguimos superar este pequeno problema”.
Já no sábado, pela terceira vez em seis fins de semana de corrida, Miguel Oliveira deu o salto para a qualificação dois (Q2), ficando a apenas 0,094 segundos do primeiro lugar. No Q2, o piloto de Almada não conseguiu melhorar seu tempo de volta no Q1 e terminou em décimo primeiro. Para a sprint race, Miguel Oliveira conseguiu um excecional arranque e chegou a lutar pelo P6 na primeira volta, mas ao final da primeira volta estava em P12. No início da segunda volta, foi mesmo empurrado por outro piloto e perdeu todo o ímpeto, não tendo outra chance a não ser alinhar na ‘cauda’ do pelotão em P23.
Embora tivesse conseguido recuperar algumas posições nas onze voltas seguintes, passou a bandeira de xadrez em P19. “A corrida começou muito bem para mim e fui progredindo e ganhando algumas posições. Mas, entre as curvas 10 e 11, fui ultrapassado por Johann (Zarco) e fui empurrado para longe e entretanto passaram-me mais cinco pilotos. Depois disso, na travagem na primeira curva, ultrapassei Marc (Marquez) que estava por fora, Alex (Marquez) veio e passou por ambos, e foi então que fiquei “ensanduichado” por eles e tive que soltar o travão para evitar bater no Alex”, comentou Miguel Oliveira.
Domingo foi para a CryptoData RNF MotoGP Team um dia com sensações ambivalentes. Apesar de Miguel Oliveira ter feito um arranque à ‘Falcão’, não conseguiu terminar a corrida. Já o seu colega de equipa, Raul Fernandez, conseguiu o seu melhor resultado do ano até agora na corrida principal.
O português da RNF conseguiu um arranque canhão, tendo largado de P11 na grid e tendo conseguido rodar em P6 após as primeiras curvas. Miguel Oliveira teve de fazer o possível para gerir a sua energia, já que o seu ombro esquerdo ainda lhe causa muitas dores, principalmente nas rápidas mudanças de direção no Circuito TT de Assen. Perdeu uma posição nas primeiras voltas, mas continuava a progredir, até que infelizmente, após 12 voltas, Oliveira voltou para a box e desistiu por ter detectado problemas nos travões da sua máquina.
“Fiz um bom arranque na corrida de hoje [domingo], recuperei algumas posições e fiquei perto de P5. Mas já estava a lutar muito, a moto tinha alguns problemas que a obrigavam a ser imprevisível nos travões. Depois de alguns de voltas, foi muito difícil para mim continuar, mesmo sendo mais lento. É muito frustrante e uma pena ter de abandonar a corrida, porque queríamos entrar nas férias de verão com um resultado decente, pelo menos nos pontos, embora hoje tivesse sido possível até fazer alguns bons pontos com o Raul [Fernandez]. Enfim, precisamos de olhar para estas três corridas como um bónus já que não estou a 100% e encontro-me ainda em recuperação, e estar aqui já foi uma vitória, pude ficar mais tempo com a equipa para a conhecer e melhorar, bem como fazer algumas corridas de domingo, o que foi bom. Além disso, reunimos informações para mim e para a equipa e agora é hora de recalibrar para a segunda metade da temporada”, conclui o piloto português.
Agora, toda a equipa CryptoDATA RNF MotoGP Team e toda a caravana do MotoGP parte para umas merecidas férias de verão de cinco semanas, até que a ação retorne com as 12 jornadas que restam do Campeonato Mundial de MotoGP de 2023, com data inicial marcada para Silverstone, Grã-Bretanha.
MO