Galeria Aderita Artistic Space – Vale do Lobo | Quatro artistas presentes na ‘Exposição Atra Lux”

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Marc Musso, Jacques Delpierre, Pedro Cruz e Miguel Duarte são os artistas convidados da nova exposição Atra Lux, que terá lugar entre os dias 13 de outubro (17h30) e 18 de novembro, na Galeria Aderita Artistic Space, em Vale do lobo.

A curadora de arte Adérita Silva traz agora a este espaço-mãe quatro testemunhos distintos, nas áreas da cultura pop, da pintura abstrata, do pontilhismo e da escultura. Marc Musso (Paris), um habitante do mundo, traz notas do passado, numa interpretação da cultura pop com a qual cresceu. “O que poderia ser mais significativo do que a capa de um disco de vinil para representar toda a minha geração? É um trabalho de memória”, refere.

O artista explora batik balinês, acrílicos e colagem, bem como a técnica do “drip and splash”, tornando nobres materiais como metal enferrujado, latas e foto numérica. O resultado é uma mistura de delicadeza e matéria bruta.

Este é um aspeto também patente em algumas das obras de Jacques Delpierre (Bélgica). Adotando a técnica do pontilhismo, a artista parte de imagens poderosas de animais selvagem para os humanizar. “Eles transportam um caráter, mantêm uma impressão de poder e calma. Gosto dessa mistura… la force tranquille”, refere Delpierre, assumindo nesta posição a oposição ao seu caráter. “É um trabalho de pressão, mas sem preocupações, sem pressa, ao contrário do que eu costumo ser. Encontrei a paz e adoro isso”, confessa.

“Parto sempre de uma imagem, a maior parte das vezes, a cores”, explica. “Trabalho-a em Photoshop até obter a sua melhor versão a preto e branco. E quando chego lá, parto para a pintura em pontos. No final, aplico diferentes sombras de cinza. Introduzo cor apenas num elemento, normalmente nos olhos”, adianta.

As peças do escultor Miguel Duarte (Portimão), outro dos artistas convidados, vêm do fundo da terra: vários tipos de gemas naturais e semipreciosas, como o quartzo, a laborite e a citrina são donas de uma grande beleza e encaradas de forma holística com particulares poderes de cura. Podem pesar, em bruto, entre 5 e 500 quilos, mas passam, por regra, por um processo de lapidação no Brasil, país de origem. Uma vez em território nacional, “há que averiguar primeiro o que a peça me permite fazer”, adianta MIguel. “Tento respeitar as formas naturais, os veios, porque há um grande risco de partir. O desperdício pode ficar entre os 30% e os 70%”, refere. No trabalho final, a luz interfere com a profundidade da gema numa cumplicidade profunda e única.

Pedro Cruz (Viseu) traz a esta exposição a sua paixão pelo abstrato. Esta vai ser a primeira vez que o artista expõe em espaço de galeria. Gosta de desafios e considera-se um experimentalista, mas os seus materiais de eleição são a aguarela e o papel: “Quando penso um trabalho, penso-o de determinada forma; e a mistura da água e das cores acabam por levar-me para outra. Gosto desse efeito surpresa”, refere. Apesar de desenvolver o seu trabalho numa área distinta, a pintura, perto da qual cresceu, desempenha um importante papel na sua vida desde criança.

Atra Lux estará patente ao público até dia 18 de novembro, segunda (entre as 14h00 e as 18h00), e de terça-feira a sábado (10h00 – 18h00).

A entrada é gratuita.

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