É de coração aberto que a comunidade louletana recebeu mais uma Festa da Mãe Soberana, a maior manifestação religiosa a Sul de Fátima e uma marca identitária deste povo. O evento divideu-se, como é tradição, em dois momentos separados por quinze dias, um período preenchido por diversas atividades eclesiásticas e culturais.
O Domingo de Páscoa, assinalou o arranque das celebrações, com a realização da Festa Pequena. O programa litúrgico começou precisamente no Santuário, com a oração do Terço. Da parte da tarde, iniciou-se a descida da Imagem da Nossa Senhora em procissão, levada em ombros pelos Homens do Andor, até à Igreja de S. Francisco, aonde decorreu a eucaristia solene que encerrou assim a Festa Pequena.
Mas é o dia 14 de abril que trouxe o momento mais significativo das celebrações, a Festa Grande que atraiu à cidade milhares de fiéis vindos de vários pontos do país. A manhã foi preenchida com a eucaristia na Matriz e a saída para o Largo do Monumento Engº Duarte Pacheco, local que acolheu, da parte da tarde, a missa campal e consagração à Nossa Senhora.
Um pouco mais tarde, iniciou-se a procissão que levou a Imagem da Padroeira de volta à sua Ermida, pontuada por momentos emotivos como a passagem em frente aos Paços do Concelho, à Igreja de S. Francisco ou ao Convento de Santo António. Ao longo do percurso, em que os Homens do Andor foram acompanhados pela música da Banda Filarmónica Artistas de Minerva, foram muitas as “Vivas!” à Mãe dos Louletanos.
O momento triunfal deu-se com a chegada ao topo do monte onde se localiza a pequena Ermida, após um percurso difícil para quem carrega o pesado andor e para todos os fiéis que o acompanham, sendo esta uma enorme demonstração de fé.
Recorde-se que as festividades da Mãe Soberana constituem uma tradição que data do século XVI e são hoje, além de um momento espantoso da fé cristã nesta terra, um dos principais roteiros do turismo religioso do país.