Portimão não pode ficar sem o Bloco de Partos e os serviços de Pediatria!
Apenas um serviço em Faro não serve a região, as mulheres e as crianças!
A Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde de Portimão, os utentes que representa, as mulheres e mães, os pais, os avós, os tios, os padrinhos, os amigos das crianças do Barlavento, hoje aqui reunidos, estão profundamente preocupados com o contínuo agravamento da situação de encerramento do Bloco de Partos, da Obstetrícia e da Pediatria do Hospital de Portimão. Situação que tem durado todo o mês de Agosto, sem qualquer previsão de reabertura, devido à falta de profissionais.
Esta situação é insustentável e completamente inaceitável!
Põe em causa a segurança dos bebés e das grávidas que sem alternativa percorrem dezenas e centenas de quilómetros até chegarem ao Hospital de Faro, sendo grandes os constrangimentos já sentidos nos serviços desse Hospital, devido à receção das grávidas de todo o Algarve e Baixo Alentejo!
Bebés estão a nascer em ambulâncias, a caminho de Faro!
Não aceitamos que se ponha em causa a segurança das grávidas e dos bebés.
Não aceitamos que não existam pediatras nem serviço de Pediatra para que as nossas crianças aqui sejam tratadas.
Os profissionais deste hospital, “poucos”, como referem, estão a ser enviados para reforçar as equipas de Faro.
Não é a solução! Nós, utentes, não estamos satisfeitos, os profissionais estão desmotivados!
Posicionamo-nos firmemente contra o encerramento dos serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia bem como de pediatria, e exigimos medidas estruturais no SNS para garantir o direito à saúde da mulher e da criança.
O encerramento de urgências de maternidades, que se tem vindo a agravar ano após ano, constitui uma expressão de violência institucional que coloca a saúde e a vida de mulheres e crianças em sério risco.
𝗗𝗲𝗻𝘂𝗻𝗰𝗶𝗮𝗺𝗼𝘀: A situação crítica que, mais uma vez, estamos a viver em Portimão! Representa o claro desrespeito, discriminação e violência contra as mulheres, crianças e famílias da região.
É vergonhoso assistir às ações de propaganda e aos comentários do “empurra responsabilidades” de todos os que têm responsabilidades políticas e que, ao longo de anos, governaram e governam, a reboque dos interesses dos privados que se dedicam ao negócio da doença, constantemente favorecidos pelas opções políticas do atual e anteriores Governos, empenhados em fazer crescer o negócio da saúde e em estrategicamente destruir a capacidade de resposta do SNS.
Enquanto não se apostar efetivamente na fixação de médicos, enfermeiros e outros profissionais no Serviço Nacional de Saúde, diga-se o que se quiser, façam-se as maiores encenações, que é por demais evidente o objetivo de quem governa: estrangular e desmantelar o Serviço Nacional de Saúde consagrado na Constituição da República Portuguesa: Universal, de Qualidade e tendencialmente Gratuito.
O anterior Governo já apostava na sua destruição e este, o que apenas tem feito, é acelerar essa destruição.
Esta Comissão manifesta também a sua solidariedade e o apoio inequívoco à luta dos profissionais de Saúde e responsabiliza o governo pela situação atual e futura, caso mantenha a sua intransigência em aceitar as justas reivindicações dos profissionais e em aplicar as medidas necessárias para salvar o Serviço Nacional de Saúde.
Perante o exposto e a decisão de encerramento dos serviços de urgência de Obstetrícia e Pediatria do Hospital de Portimão, a Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde de Portimão exige do Governo medidas imediatas para pôr fim a esta situação.
É TEMPO DE AGIR, E POR ISSO EXIGIMOS:
A contratação urgente e imediata de profissionais de saúde: médicos (pediatras e obstetras), enfermeiros, auxiliares, técnicos superiores;
O investimento adequado no Serviço Nacional de Saúde a fim de evitar o colapso dos serviços;
O reforço dos recursos nos cuidados de saúde primários e nas maternidades do Algarve, garantindo um acompanhamento seguro e de qualidade na gravidez, parto e pós-parto.
Apelamos a todos os utentes e comunidade geral que se unam e juntem à nossa luta na exigência ao Governo de políticas eficazes que concretizem os direitos das mulheres na saúde materno-infantil como um direito fundamental.
O SNS precisa de medidas para reforçar e para manter cá os seus profissionais!
Precisamos de um SNS mais forte, universal e gratuito, com financiamento adequado e gestão pública eficiente.
A presente moção será enviada ao Presidente da República; à Assembleia da República; ao Governo; aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República; à ULS-Algarve e à comunicação social.
Com Ut SNS
