No sunnyroom pleno de janelas e de harmonioso espaço, estão a maioria dos vasos estimados pela Maria, grande afeiçoada pela jardinagem e de muito amor pelas plantas. A sorte não lhe fez companhia na doença, mas esteve com seu ar de menina que a caracterizava até ao último momento de vida no passado mês de agosto.
Agora estimo estas plantas mais do que nunca. Elas simbolizam, reforçan-me em termos emocionais a presença da sua dona que já cá não está. Sinto, ouço-a aquela ativa. Grande fonte de inspiração para minhas motivações, à determinação e persistência. Costuma-se dizer que a vida só é melhor comprendida olhando para trás, mas só vivida olhando pará frente.
Bonita face de criatura a Maria, ditos houveram de que eu fazia-lhe todas as vontades, o que não é bem assim. Porque não há nenhuma casa que o sol não entre.
Daqui, e do Algarve telefonemas e e-mails davam-nos esperanças, diziam, a medicina na América está muito avançada – caramba mas que avanços, não conseguem maneiras de pôr fim á doença. Aliviam o sofrimento mas quando o tumor é maligno tarde ou cedo a pessoa limita-se, pode não resistir. Se não morrer da doença morre da cura.
Queria escrever mas não me apetecia, desvanecido para isso, abalado, desolado e triste, isto não vai sair nada capaz e ao mesmo tempo seria falta de consideração para com a Maria que tanto me influenciou. Marca forte e profunda da minha vida. Agora mais aliviado resolvi fazer uma crónica, e porque levado por acontecimentos recentes, com filho a querer desprezar sua mãe. Sabem a que me refiro? Ao país de onde lhes escrevo feito por Colombo, Vikings, o português Miguel Corte Real, e com um dos seus maiores feriados derivado dos peregrinos que em 1620, desembarcaram no Massachusetts.
Isto tudo gente vinda da Europa, e que esta administração não vê com bons olhos, querem abandonar a mãe a quem os Estados Unidos devem tudo, o seu ser, não gostam dela porque é inovadora, e não alinha com invasores. Fazem-nos prever coisas incompreensíveis. Peço ás alturas para que esteja errado, melhor para o mundo. Mundo este em que agora o Papa está mal, ele que não se cansava de fazer apelos para que houvesse paz.
E por paz, estejas bem entregue na mão de Deus Maria, agora eu cá vou cuidando das coisas e muito em especial das tuas minhas plantas daqui, e as do Algarve quando lá estou!
Ireneu Vidal da Fonseca, Massachusetts EUA