Mas… dantes não havia velhos? Fala-se agora tanto em velhos que até parece que antigamente toda a minha gente morria nova.
Os leitores irão dizer (de novo) que sou uma malvada sem coração mas vede se é demasiado o meu exagero:
Mas… dantes não havia velhos? Fala-se agora tanto em velhos que até parece que antigamente toda a minha gente morria nova.
Os leitores irão dizer (de novo) que sou uma malvada sem coração mas vede se é demasiado o meu exagero:
Concentrar-me-ei sobre o caso das «velhas» posto que os cavalheiros continuam a morrer mais novos (que Deus os conserve!).
Pois bem, as mulheres velhas, as que ficavam para tias, serviam de pau para toda a obra dentro das famílias onde:
2) Se fossem pobres, serviam de criadas do pessoal todo, incluindo dos manos solteirões, cozinhavam, esfregavam, passavam a ferro e caluda se queriam cama e mesa, que a roupa lavavam elas e era da família toda;
3) Quando chegavam aos quarenta ou cinquenta anos eram promovidas a anciãs, embora as tarefas se mantivessem, em ambas as classes;
4) A partir dos sessenta/setenta eram uma espécie de coisa a quem se chamava «a velha» e, enquanto os ossos deixavam, a faina era a mesma;
5) Quando se iam abaixo, acamavam. Os leitores/as imaginem o que seria sem as toalhitas nem fraldas absorventes, nem resguardos de plástico em colchões de palha, sem papel higiénico, nem máquinas de lavar roupa.
Nota: Novos Contos da Montanha de Miguel Torga, tem uma personagem que é o «Alma Grande» que era chamado nas aldeias pobres do interior para tratar das situações desesperadas a que se refere o no. 5.
(Em «As intermitências da Morte», José Saramago mostra-nos com mestria o drama da velhice. Vale a pena ler.)
Há que moralizar e sem entrar nos lugares comuns de os «velhos são os trapos» é preciso traçar uma linha entre a pessoa capaz e a pessoa com incapacidade e não entre o velho e o novo.
Falam da solidão dos velhos e quem é que fala da solidão dos jovens sem perspectivas, da solidão de um bebé deixado numa creche das sete às sete, às vezes mais… Da solidão de uma mãe solteira? Da solidão de um doente crónico, de um desempregado, de um drogado, de um sem abrigo, de uma prostituta?
Direi para terminar (e falo para os velhos que ainda são auto-suficientes e não de situações dramáticas) que só está só quem não se tiver a si mesmo, quem nunca se deu bem com a sua pessoa antes de mais e todos.
Falo por mim, quando me perguntam se não me sinto só e eu respondo: «Eu não estou só, estou comigo!»
Jl
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