Acabei de ver na RTP memória, portanto, num canal meio «apagado», uma reportagem sobre Fernando Nobre, o coração da AMI em Portugal.
Não é como doutor laureado que o vejo e ouço, mas sim como um daqueles seres superiores, emergidos da animalidade para um estádio superior da evolução humana.
Penso que só no filme «Ghandi» me tocou tanto o semblante puro de um homem bom, ou no 1º violinista de uma orquestra, ou num esboço de um santo. O seu discurso é limpo como o seu ideal e o seu percurso; Os seus olhos desvendam o mundo e a parcela gigantesca da desumanidade que martiriza milhões de criaturas que nós – os conformados – não vemos definhar. São chagas e choros e mortes e moscas sabe-se lá onde. Ele sabe.
Fernando Nobre vive para que outros sobrevivam, como se a sua existência se resumisse ao jogo de puxa a corda – morte de um lado, ele do outro. Este jogo deve doer-lhe no sono, como a dor dos corpos que cuida, ameiga e amortalha.
Que Homem é este? Que gente é esta que se entrega aos outros? Que credo professa? Que espécie de alma o anima? De onde lhe advém tanto amor, tanta devoção à causa desesperada da humanidade em guerra contra si mesma?
Ele é um campo de batalha,
O meu dia foi passado a pintar muros a plantar bolbos, a desmatar folhagens arruinadas pelas chuvas.
Muito cansada, lembrei-me, «hoje é dia de escrever a crónica» e às vezes os músculos doridos tomam conta da imaginação e o corpo acaba por ganhar a peleja. Abri o computador e procurei nos textos antigos alguma coisa quase pronta. Como quem mete uma pizza no forno.
Foi quando encontrei o texto acima escrito no dia 25 de Outubro de 2009, às 23.00H.
Lembro-me que, nessa noite, depois de ver a entrevista, ter corrido a net e visitado todos os sites que consegui encontrar com «Fernando Nobre» «Ami» «Fernando Nobre».
Ele é um campo de batalha, Ele é um campo de batalha? ………………….. Não consigo prosseguir a linha do raciocínio que me norteava.
Hoje, 14-03-2010, Fernando Nobre está na corrida para a presidência da república Portuguesa.
Voluntário em vários infernos, vai descer, sem Virgílio, ao púlpito onde se fabricam os infernos todos : ao poder.
Os Cérberos dos campos onde tem missionado são multiplicados no labirinto de vales, fossos e esferas do verdadeiro inferno que será ver o seu nome de homem bom proferido pelas megeras, os irados, os corruptos, os gulosos, os minotauros, os centauros…
Bem haja Fernando Nobre, e do fundo do coração espero que não ganhe as eleições e volte para o reino que é seu nos corações de todos nós.
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