Este é o ponto alto daquela que é considerada uma manifestação de fé ímpar no Sul do País.
As celebrações da Festa Grande têm início no sábado à noite (22h15), com a homenagem à Nossa Senhora da Piedade, no Largo de S. Francisco. Já no domingo, pelas 10h00, realiza-se uma eucaristia na Igreja de S. Francisco, local de onde a imagem da Nossa Senhora parte, em procissão, para o Largo do Monumento ao Engº Duarte Pacheco, pelas 11h00.
Junto ao Monumento, às 12h00, é celebrada uma eucaristia dirigida às crianças e jovens, seguindo-se o tempo de louvor e saudação à Nossa Senhora da Piedade.
Já na parte da tarde, pelas 16h00, o Bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, preside à celebração solene da eucaristia. Após a consagração à Nossa Senhora, tem início a grande procissão que percorrerá as principais ruas da cidade. Os peregrinos concentram-se depois no Largo de S. Francisco para o encerramento da procissão litúrgica. Mas o momento mais aguardado desta Festa Grande é a subida para o Santuário que acontece às 18h00.
Os oito homens que carregam o andor, vestidos de calças e opas brancas, são também protagonistas deste quadro. A subida íngreme do cerro, ao ritmo da música da Banda Filarmónica Artistas de Minerva, é acompanhada pela população a exibir-se em manifestações diversas mas verdadeiramente sentidas. Em tempos passados, estes homens eram considerados seres com capacidades sobre-humanas. Mas esta tradição, que é transmitida de geração em geração, de pais para filhos, tem vindo a perder-se. No entanto, há uma consideração especial por parte de todos os louletanos relativamente a estes homens que carregam a santa ao longo desta subida íngreme num ritmo acelerado.
A escalada do caminho que dá acesso ao altar da Nossa Senhora da Piedade é um documento espantoso da fé cristã nesta terra. Ao esforço gigantesco dos homens que transportam a Virgem, alia-se a força espiritual dos muitos fieis que, em vivas à Nossa Senhora, em passo vivo e na cadência musicada dos homens da banda, vão “empurrando”, no calor da fé e calçada acima, o pesado andor da padroeira.
Este cenário imenso da religiosidade louletana, de características tão locais como únicas, só pode ser sentido na alma de cada crente, quando vivido. Uma vivência feita de fervor religioso e de testemunho cristão, cuja explicação reside unicamente na essência dogmática da própria fé.
Para além da componente religiosa, a Festa Grande da Mãe Soberana constitui também um importante cartaz turístico do Concelho, já que atrai milhares de visitantes que se deslocam à cidade de Loulé para presenciar esta magnífica demonstração de devoção religiosa.
Fonte e foto: CML