A Campanha SOS Natureza do Partido Ecologista Os Verdes esteve nos distritos de Beja, Évora e Algarve promovendo ações junto das populações, das entidades, das associações, contando com a participação de dirigentes nacionais e regionais e militantes dos Verdes.
Vários temas foram abordados em visitas, reuniões, contato com o trabalho dos eleitos locais e com populações.
A mobilidade foi um tema abordado neste Roteiro uma vez que só com uma rede de transportes eficiente, sobretudo, com uma grande aposta na ferrovia, é possível oferecer um bom serviço às populações e mitigar as alterações climáticas.
Tratamos do bem-estar animal, área em que, apesar do muito que já se evoluiu, há ainda muito trabalho para fazer. É necessário que o investimento previsto no Orçamento do Estado para esta área seja aplicado e possa contribuir para a ampliação dos Centros de Recolha Oficial de Animais e para que se construam as salas de cirurgia tão necessárias para a esterilização dos cães e gatos abandonados. As questões do bem-estar animal, sobretudo no que diz respeito ao abandono e maus-tratos, continuam a ser acompanhadas pel’Os Verdes e, em conjunto com as associações locais e com os responsáveis municipais, procuramos avançar com propostas, medidas e soluções.
Relativamente à proteção e conservação da natureza foi possível também ouvir as associações locais destes distritos e perceber que a preocupação com a falta de investimento, ao nível da contratação de profissionais da área ambiental e, consequentemente, a falta de fiscalização, é responsável pela ausência de controlo de espécies invasoras, designadamente os jacintos-de-água, que se expandem de forma descontrola colocando em causa a qualidade da água e a sobrevivência dos ecossistemas. Apesar dos Planos de Ação de controlo da espécie aprovados no OE20, infelizmente o que se verifica no presente OE é que não há qualquer referência ao controlo de espécies invasoras, o que representa um retrocesso.
Este Roteiro pelo Sul teve lugar numa semana atípica, em que as temperaturas atingiram valores muito elevados, e um dos temas principais e que suscita mais preocupações é o da seca. Todo o território nacional sofre com a seca, umas das consequências graves e previsíveis dos impactos das Alterações Climáticas. Apesar de tantas discussões e reflexões continuamos a assistir aos mesmos erros. A opção pelo financiamento das culturas intensivas, pela expansão da plantação de eucaliptos, pela má gestão da água, a falta de investimento na despoluição dos rios e ribeiras, desconhecimento do território impedindo que o planeamento da gestão dos recursos hídricos seja correspondente com as necessidades e condicionantes locais.
Várias foram as barragens que visitamos nos três distritos, sendo evidente que se encontram muito abaixo das suas capacidades. Os agricultores relataram graves problemas com a rega das suas produções e com a falta de água para os animais, mas no caso do distrito de Beja pode estar mesmo em causa o acesso à água para consumo doméstico.
A água é um recurso natural essencial, um elemento fundamental ao equilíbrio existente nos sistemas terrestres, com valor na dimensão ambiental, social e do desenvolvimento. A água é um direito de toda a humanidade, e por isso reforçamos a ideia que é inconcebível que a gestão do seu aproveitamento, do abastecimento público e do saneamento seja feita em função de lógicas de obtenção de lucro. Estes dias encarregam-se de nos dar razão.
Quanto ao património natural e arqueológico tivemos a oportunidade de perceber o que está a ser feito a sul, o investimento que é necessário continuar a fazer na identificação, fiscalização, classificação e proteção do património cultural e identitário da região. No momento em que os municípios se encontram a trabalhar na revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) é essencial que sejam protegidos os sítios e monumentos arqueológicos e as espécies de grande valor cultural e natural como as azinheiras, sobreiros e oliveiras centenárias.
Esta grande iniciativa promovida pelo PEV inserida na Campanha SOS Natureza, terminou na Ria de Alvor, uma ria classificada e que todos concordam que deve ser Reserva Natural para que os ecossistemas e habitats naturais existentes possam ser protegidos e defendidos do grande interesse imobiliário que se aproxima a largos passos.
Mais uma vez ficou comprovado que só no contacto directo com as populações, com as situações, com as instituições e as associações é possível reunir informação, partilhar, refletir e construirmos um mundo social e ambientalmente mais justo.
A partir desta iniciativa Os Verdes continuarão a desenvolver o seu trabalho de proximidade com as populações e as associações, assumindo os eleitos locais do PEV e da CDU um papel de exigência junto dos órgãos autárquicos e do Governo na defesa do ambiente e apresentando propostas em torno, designadamente das matérias tratadas no Roteiro.
Afirmam-se ainda como necessidades imediatas a gestão pública e rigorosa da água, colocando-a ao serviço das populações e da produção nacional com vista à soberania alimentar, bem como a avaliação dos solos agrícolas identificando as alterações e consequências do aumento desmesurado das culturas intensivas a sul do país, limitando as plantações como acontece já com outras culturas, dando lugar à diversidade e à resposta aos interesses do país e não das multinacionais, como forma de proteção da natureza e da vida nestes territórios.
O futuro conta com Os Verdes!
PEV