Yolanda Hopkins conquistou, este sábado, o triunfo no Rip Curl Pro Anglet, QS3000 que se disputou em França. Esta foi a segunda vitória da temporada 2022/23 no QS europeu para a surfista portuguesa, após quatro etapas realizadas. Um triunfo que coloca Yolanda ainda mais líder do ranking europeu e com a qualificação para as Challenger Series 2023 praticamente carimbada.
Depois de ter vencido há duas semanas em Newquay, no Reino Unido, Yolanda surgiu novamente em grande forma nas ondas do sudoeste francês, sendo a única portuguesa a garantir a presença nas meias-finais e, consequentemente, no dia final em Anglet. E nos heats decisivos, a surfista algarvia usou toda a experiência para carimbar o triunfo.
Com o mar a não facilitar a vida às surfistas neste dia final, Yolanda Hopkins soube sempre ser regular e competente nos heats que fez. Nas meias-finais somou 10,96 pontos que foram suficientes para bater os 8,33 pontos da francesa Tessa Thyssen. Depois, em mais uma bateria dominada desde início até final, Yolanda fez um score de 11,17 contra 9,24 da basca Ariane Ochoa, atual vice-líder do ranking, na final.
Aos 24 anos, Yolanda Hopkins destaca-se, assim, na liderança do ranking feminino, como a grande dominadora do circuito QS europeu 2022/23. Foi a segunda vitória na temporada e a terceira da carreira ao nível do QS, sendo que após seis etapas disputadas no corrente ano civil nunca ficou abaixo do 5.º posto em termos europeu. Após este triunfo, Yolanda atingiu os 5150 pontos, mais 1660(!) que Ochoa.
Uma vitória – mais uma! – que confirma o grande momento do surf feminino nacional. Isto porque é a nona vitória consecutiva de surfistas portuguesas no circuito QS europeu. Algo que acontece desde o início de 2021 e do regresso das provas internacionais de surf após a pandemia. Além dos dois triunfos de Yolanda Hopkins, Teresa Bonvalot venceu cinco provas, Carolina Mendes triunfou numa e Kika Veselko, que se estreou a vencer a semana passada em Lacanau, conquistou outra.
Em Anglet destaque ainda para o 5.º posto final de Mafalda Lopes e Carolina Mendes, enquanto Teresa Bonvalot e Kika Veselko terminaram no 9.º posto e Gabriela Dinis no 13.º. Após esta etapa, Portugal tem seis surfistas no top 20 do ranking feminino europeu, sendo que, além da líder destacada Yolanda Hopkins, conta ainda com o 3.º posto de Kika Veselko, o 5.º de Carolina Mendes e o 8.º de Mafalda Lopes. A fechar o top 20 e mais longe das contas da qualificação surge a júnior Gabriela Dinis.
No 12.º posto do ranking surge a campeã europeia em título Teresa Bonvalot, que, apesar de estar fora dos lugares de qualificação, está “escudada” pelo facto de estar em boa posição no ranking das Challenger Series 2022 para se tornar na primeira portuguesa da história a conseguir a qualificação para o circuito mundial de surf da World Surf League. Atualmente no 8.º posto de um ranking que apura o top 5 para o World Tour de 2023, mesmo que Teresa não consiga essa tão sonhada qualificação para a elite mundial, deverá conseguir uma vaga automática para as Challenger Series 2023, por ser a melhor europeia e uma das melhores do ranking da presente temporada.
Do lado masculino, onde o vencedor foi o francês Gatien Delahaye, Frederico Morais terminou como o melhor português no Pro Anglet, ao conseguir o 9.º posto final, enquanto o júnior Matias Canhoto, de apenas 14 anos, foi a grande sensação da prova francesa, depois de ter conseguido ficar no 13.º posto.
Em termos de ranking, Guilherme Ribeiro, que na semana passada venceu o Lacanau Pro, surge como o melhor português, ao ocupar o 11º posto. Apesar de estar fora do cut de qualificação para as Challenger Series de 2023, o atual líder do ranking nacional está bem dentro da luta pela qualificação. Mais longe, no 23.º posto, surge Frederico Morais. Afonso Antunes é 27.º posicionado, Francisco Almeida 29.º e Matias Canhoto 31.º.
A ação no QS europeu 2022/23 prossegue em Outubro, com os Açores a receberem os melhores surfistas europeus de 18 a 23 desse mês. Sendo a segunda etapa QS3000 da temporada, após esta de Anglet, a etapa dos Areais de Santa Bárbara será determinante para as contas do ranking, com a armada masculina a precisar de recuperar pontos, enquanto a armada feminina poderá carimbar uma histórica décima vitória consecutiva neste circuito.
A prova açoriana será a última do ano civil no QS europeu, mas a temporada irá continuar na primeira metade de 2022, onde acontecerão os derradeiros campeonatos que vão definir os surfistas qualificados para as Challenger Series 2023. Entre esses campeonatos deverão continuar a realizar-se dois em Portugal, um na Costa de Caparica e outro exclusivamente masculino em Santa Cruz.
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