As letras são muitas vezes a minha companhia.
Quer esteja feliz ou triste. Quer esteja a transbordar saúde ou enterrada na cama com uma pneumonia.
São as letras de outros autores, desde Shakespeare a J. K. Rowling e de Fernando Pessoa a Pedro Paixão e Carlos Vaz, que me fazem sonhar com aventuras e desventuras de destemidos cavalheiros e das suas corajosas companheiras, sonhar com belos romances vitorianos, sonhar com aventuras futuristas de planetas distantes a centenas de galáxias de distancia, apenas a uma caixinha de distancia, tremer de medo de contos assustadores, regressar ao tempos de guerra medieval, ao tempo das conquistas, sonhar e entrar, ainda que na minha imaginação, em novos mundos, em que tudo é possível. Basta nós querermos tal coisa.
E depois, há a minhas letras. Aquelas que saem do meu coração, enquanto eu deposito nelas mais um bocadinho de mim, dos meus sonhos e medos, das minhas ambições e devaneios. Um bocadinho de mim, uma parcela de sonho, de vontade de fazer o que não está ao meu alcance, letras e mais letras do meu outro lado.
Acabando por ser apenas mais peças deste puzzle que sou eu.
Filomena Pires
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