De acordo com a Fundação Americana de Gagos, a Gaguez é uma perturbação da comunicação em que a fluência do discurso é involuntariamente alterada por repetições (m-m-mãe), prolongamentos (mmmmmãe) e/ou paragens anormais (ausência de som) entre sons e sílabas.
Também pode ser caracterizada por movimentos faciais e corporais pouco comuns, associados ao esforço que o indivíduo apresenta ao falar. A gaguez é multifatorial – fatores genéticos, neurofisiológicos, linguísticos e ambientais, devendo estes fatores ser encarados com um todo e não individualmente. Popularmente é comum associar-se gaguez a eventos traumáticos, como um susto ou uma perda, porém estes fatores devem ser considerados como precipitantes e não a sua causa. A base da gaguez é genética, no entanto é possível que os fatores ambientais e os psicológicos a precipitem ou intensifiquem.
Será que o meu filho é gago?
Muitos pais se questionam se os seus filhos serão gagos. Por isso, considera-se pertinente diferenciar disfluência normal do desenvolvimento de disfluência patológica. É normal que crianças com idade entre os dois e os quatro anos tenham algumas dificuldades em falar, repetindo ocasionalmente sílabas ou palavras, utilizando expressões como “ah” e “uh” e hesitações. Isto acontece devido ao rápido desenvolvimento da linguagem que ocorre durante este período. Essas dificuldades fazem parte do desenvolvimento normal e demonstram que a criança está a aprender a utilizar a linguagem de diferentes formas, tal como na aquisição da marcha ela pode tropeçar e cair algumas vezes. Geralmente, as crianças não tem consciência das suas difluências. No entanto, pode também ocorrer difluência patológica ou gaguez desde cedo. Desta forma é importante perceber que tipo de disfluência é que a criança apresenta, tendo em atenção os fatores de risco, como os antecedentes familiares, surgimento ou permanência de disfluência depois dos quatro anos de idade, duração de persistência superior a seis-doze meses, desenvolvimento linguístico e temperamento da criança. É ainda um sinal de alerta o isolamento, a tristeza e a recusa em ir à escola. É aconselhável que, se os pais se aperceberem de algum destes fatores de risco e verifiquem que a criança tem dificuldades para falar, recorram a uma consulta de Terapia da Fala para uma avaliação.
Fonte: D.R.