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Todos os anos, na Aldeia de Estoi, no Concelho de Faro, é celebrada a Festa da Pinha, uma tradição secular, que segundo fontes orais remonta a mais de dois séculos. Na sua génese podemos encontrar uma vertente religiosa e outra de carácter pagão.
Terão sido os almocreves, parceiros comerciais do Morgado do Ludo, os prenunciadores desta festa.
As viagens dos almocreves efetuadas por caminhos hostis e perigosos tinham como meio de transporte as carroças puxadas por mulas ou cavalos e eram efetuadas entre o Algarve e o Alentejo, tendo como finalidade a permuta de produtos regionais. Do Algarve levavam frutos secos (figos, alfarroba e amêndoa), peixe e produtos importados que chegavam via marítima aos portos do Algarve. Do Alentejo traziam cereais e cortiça.
Era para o Ludo, lugar onde havia um importante porto marítimo designado de Farrobilhas, que os almocreves se deslocavam para acertar contas com o Morgado do Ludo e festejavam o sucesso das transações, comendo, bebendo e divertindo-se através das abarcas, lutas efetuadas entre duas pessoas em que o vencedor era aquele que primeiro conseguisse derrubar o outro.
Ao cair da noite, cumprindo a tradição, regressavam à aldeia empunhando enormes tochas de rama de pinheiro acesas. O cortejo terminava junto à Ermida do Pé da cruz, onde faziam uma enorme fogueira em agradecimento à sua padroeira.
A Festa da Pinha é um acontecimento que marca fortemente o sentimento de pertença desta comunidade às suas tradições.
Fernanda Zacarias