Com o fim de assinalar o Dia Mundial da Asma (assinalado no dia 2 de maio), a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), através da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória, desenvolveu uma campanha de sensibilização dirigida à população com o fim de desmistificar o conceito de que o diagnóstico de asma é incompatível com a prática de exercício físico.
“Corra com a asma” foi o mote desta campanha de sensibilização implementada no passado domingo, dia 7 de maio, no Parque das Nações. Uma manhã desportiva ao ar livre, onde não faltou uma aula de Zumba, com Dalila Salvador, uma sessão de yoga pela Confederação Portuguesa de Yoga, e uma corrida de cerca de 4 km, acompanhada por profissionais do O2 Life Center. O mesmo percurso foi feito a um ritmo mais lento, para os participantes que optaram pela caminhada. A iniciativa contou ainda com o apoio da Federação Portuguesa de Atletismo e do Programa Nacional de Marcha e Corrida.
A iniciativa reuniu centenas de pessoas nas várias atividades, atraindo a atenção dos que por ali passavam.
DECLARAÇÕES:
Dr.ª Rita Gerardo, médica
Pneumologista e secretária da Comissão de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
“Organizámos esta corrida para mostrar como é possível ter uma doença crónica, como é o caso da asma, e praticar atividade física, nas suas várias modalidades desportivas, inclusive desporto de alta competição. Como sabemos, existem muitos atletas do panorama nacional e internacional de alta competição que têm asma, como é o caso da nossa maratonista mais conhecida, Rosa Mota, que tem asma e não foi isso que a impediu de ganhar medalha de ouro na maratona nos jogos olímpicos”.
“Ainda há quem acredite que quem tem asma não pode praticar exercício físico, mas não é verdade. Desde crianças a adultos, os doentes com asma podem e devem praticar desporto. O que é preciso é ter a doença controlada e, para isso, o doente asmático deve seguir a medicação que o médico aconselha, existindo ainda alguns truques antes da prática de exercício físico podem ser facilitadores desta prática: para além da medicação, o aquecimento antes da prática de atividade física e alongamentos no final são fundamentais. Outra dica é a diminuição gradual da intensidade do exercício, tentando sempre respirar pelo nariz”.
“Nesta iniciativa, juntámos vários tipos de exercício físico, desde corrida, caminhada, passando pela zumba e até yoga. São exercícios bastante diferentes, mas não deixam de constituir atividade física que se pode fazer, quer de uma forma recreativa, quer de uma forma competitiva. E é possível tudo isso, mesmo com a asma!”.
Filipa Silva, doente asmática
Filipa Silva tem 45 anos, sofre asma desde a infância, e é administrativa. Sempre gostou de desporto, já praticou várias modalidades e atualmente pratica corrida regularmente, cerca de meia hora por dia. Gosta de corridas de longa distância e intensidade forte. A asma não é um impedimento.
“O desporto, em particular a corrida, é algo que gosto de fazer. Não sinto nenhuma limitação pelo facto de ser asmática, ao contrário do que é a opinião geral. Sinto-me cada vez mais forte e ganhei uma certa resistência às constipações, que é o mal dos asmáticos. Já tive uma asma mais difícil de controlar do que tenho agora, mas aprendi a viver com isso. Eu diria mesmo que o sedentarismo é o grande inimigo da asma e aconselho todos os asmáticos a praticar desporto, pois aumenta o bem-estar físico e mental”. Dra. Rita Gerardo
Filipa Silva