”As minhas análises ao sangue indicam que o magnésio está ótimo por isso o médico disse para não me preocupar. Não percebo porque tenho cãibras se o meu magnésio está ótimo.”
Estas são questões que ouço tantas vezes, e que me levam a escrever este pequeno artigo, na tentativa de esclarecer mais um pouco sobre o assunto. Não é que de facto nos tenhamos que preocupar demasiado, mas também não é assim tão simples descartar a possível carência de magnésio. Isto porque na maioria dos casos, a medição do magnésio dá-nos pouca ou nenhuma informação sobre aquilo que realmente queremos saber.
O Magnésio
O magnésio é realmente muito importante e interfere com centenas de reações bioquímicas no nosso organismo, incluíndo a nossa expressão genética e capacidade de absorção de muitos outros nutrientes.
E a maioria de nós tem possivelmente algum nível de carência, que pode ser sentida através de dezenas de sintomas: cãibras, insónias, retenção de líquidos, irritabilidade, osteoporose, dores articulares, arritmias, prisão de ventre, quistos, má regulação da glicose sanguínea e lista continuaria.
Quando conhecemos todos os possíveis sintomas da carência de magnésio ficamos com a ideia que está na causa de tudo. E, na verdade, uma suplementação bem orientada pode resolver e evitar muitos problemas de saúde. Mas existem várias formas de magnésio e dosagens a respeitar para cada caso.
Além de outros factores, a carência de magnésio deve-se sobretudo a problemas intestinais (disbiose – desregulação da microbiota) e falta da ingestão desse mineral através alimentação. Os alimentos hoje são muito pobres em magnésio devido à má qualidade dos solos em que são cultivados.
A medição do Magnésio
O problema, ou dificuldade em “medir” magnésio, deve-se ao facto de que o magnésio a que se referem a maioria das análises, será provavelmente o magnésio presente no soro (ionograma sérico) ou da urina (ionograma urinário).
Contudo, as nossas reservas de magnésio não se encontram no soro (apenas 0,3%) pelo que estas análises não indicam se estamos carentes ou não de magnésio, para que este possa desempenhar as suas funções onde realmente é necessário. Dão sim outras pistas sobre a função renal, microbiota e capacidade de absorção do Mg, relação com o potássio e cálcio, desidratação, etc.
O magnésio que deveria ser medido ou doseado (tal como por exemplo também o zinco) chama-se Mangésio Eritrocitário, e que é aquele que se encontra dentro dos eritrócitos (hemácias). Este dá-nos uma ideia muito mais abrangente sobre as reservas de magnésio e a possibilidade de identificar possíveis carências
É uma análises que peço muitas vezes para ser feita, mas que muitos médicos se o pedem, na maioria dos casos é com relutância.
Entretanto, vamos continuar a ingerir alimentos ricos em magnésio como sementes de abóbora, girassol, sésamo, espinafres, couves, oleaginosas, quinoa, entre outros.
Autor do artigo – Dr Miguel Figueiredo
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Fonte: Casa Sakra