A música afro-árabe e a dança oriental fundem-se numa encenação que terá como protagonista a voz de Rasha.
Rasha nasceu em Cartum, capital do Sudão, no seio de uma família de artistas. Em 1997 gravou “Sudaniyat”, a sua carta de apresentação como cantora na qual nos mostra uma visão muito pessoal de temas tradicionais da sua terra. Com este primeiro disco logrou conseguir um espaço no panorama mundial da música étnica. O segundo CD, “Let me be”, foi recebido pela crítica como a consagração da artista. Trata-se de um trabalho mais pessoal, em que Rasha, autora das letras de todos os temas, denuncia a situação actual do povo sudanês, os problemas a que se enfrentam milhares de emigrantes, as suas ilusões e as suas nostalgias.
Rasha apresenta neste espectáculo além da música afro-árabe temas de dança de rasgos puramente árabes acompanhados por uma bailarina de dança oriental que nos transporta ao longínquo oriente com os seus ritmos sensuais das cortes de califas e sultões e que reflectem nas suas expressivas danças todo um manancial de cor, exotismo e beleza, interpretadas com elegância e sensualidade.
Para além de Rasha (voz e darbouka), fazem parte do espectáculo Wafir Sheikeldin (alaúde árabe, nay, acordeão e qraqueb gnawa), Otman Benyahya (darbouka, riq e daff) e Lubna (dança oriental).
Sobre o Festival
O Festival de Música Al-Mutamid, que vai já na sua 11ª edição, pretende recordar o rei poeta Al-Mutamid, filho e sucessor do rei de Sevilha Al-Mutadid. Muhammad Ibn Abbad (Al-Mutamid) nasceu em Beja (1040) e foi nomeado governador de Silves com apenas 12 anos, tendo aí passado uma juventude refinada. Em 1069 acedeu ao trono de Sevilha, o reino mais forte entre os que surgiram em Al-Andaluz após a queda do Califato de Córdoba. Em 1088 foi destronado pelos almorávides e recluído em Agmat, a sul de Marrakech onde viria a falecer em 1095. O seu túmulo, conservado até hoje, tornou-se símbolo dos mais belos tempos de Al-Andaluz.
O que se pretende com este Festival é dar a conhecer ao espectador o que foi a música andalusa, com actuações de grupos que se especializaram no resgate dos sons de Al-Andaluz: música árabe, em especial de Marrocos, e grupos que interpretam com esmero a rica tradição do oriente muçulmano, bem como peças do medievo e renascimento europeus.
Esta iniciativa visa resgatar e divulgar a música e a poesia que durante séculos inundou bazares, medinas e palácios, mas também responder a uma oferta turística dotada de peso cultural, complemento das ofertas tradicionais, dando a conhecer povoações e outros lugares de interesse que, por diversas razões, estão ligadas à civilização andalusa.