A lembrar, tempos e mudanças

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cronicle
cronicleSetembro chegou, a aragem difere dos outros anos. Há meses que não tem chovido com regularidade por cá. Fora do normal neste clima nórdico temperado. No wonderful state do Massachusetts, e não só, não estamos pelo melhor. As águas andam baixas, e o esplendor outonal que se avizinha, será menos vibrante este ano, mas já podemos dar as boas vindas há tonalidade, tracinhos e sonoridades da época.

O tempo a natureza tem destas, sempre assim foi. Por aqui ninguém se lembra duma seca destas, que tem causado efeitos devastadores em muitas produções agrícolas, há campinas de milheirais que não embandeiraram plenamente. Terra pozia e pasto à vista – muito mudou na aparência dos relvados em volta de casas.

Tenho-me lembrado do que ainda conheci em pequeno – está na memória de muitas pessoas de nos anos cinquenta e sessenta, quando haviam anos secos no Algarve. Faziam furos mesmo dentro de noras e poços a procurar o líquido precioso para consumo, para as regas nas hortas desse tempo. E no concelho de Faro, por exemplo na Falfosa, Mata Lobos, Patacão, Medronhal, Bela Salema direito à Conceição de Faro. No sequeiro, nos cereais os bagos não engrandeciam, saiam falidos, e pelos terrenos de habitualmente muitas papoilas, não abundavam, o seu colorido notava-se menos.

Já diziam nessa altura, a atmosfera não está pura, está tudo a mudar, é má para a natureza. São esses aviões a deitar fumo, a riscarem no céu. E mais ainda, culpavam as experiências para irem á Lua. A palavra poluição não andava em voga como nos nossos dias.

Hoje é como se vê, sempre a aumentar a preocupação quanto ao aquecimento global. Os polos vão-se descongelando, e muitas intempéries surgem no dizer dos cientistas, não só ligadas ao fenómeno El Ninho, estão relacionadas com hábitos e formas de consumo de muita humanidade.

Com tanta gente habituada a viajar, a gastar, que fazer? Direi, muitos de nós não podemos esquecer contaminações, usar coisas mais apropriadas e saudáveis para o ambiente. Mudar hábitos alimentares, pouco a pouco obtendo mais por aqueles que evitam problemas que podem aparecer na saúde.

Para que nascer e pores de Sol, não percam o seu esplendor, mesmo embaciados naturalmente, batalhe-se por novas energias, das alternativas para haver menos poluição no ar, nas nuvens. As nuvens que são portadoras de esperança de mudanças de tempo para chover, para que não falte a água para ir tornando possível a vida no lugar do universo em que vivemos.

Ireneu Vidal da Fonseca 
Massachusetts
U.S.A.

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