Ora, não é preciso ser matemático para entender o ridículo da situação… Mas os nossos políticos não andaram à escola, certamente. Alguns deles diz-se até, que fizeram o curso em dois dias. Vamos lá expor a situação, como se nos dirigíssemos a gente burra, muito burra (não é que eu esteja a chamar os nossos governantes de burros, não, eles são apenas estúpidos). O ordenado mínimo está nos 485 euros.
Um casal com dois filhos, digamos, 2º e 10º ano de escolaridade, tem como encargos escolares aquele valor ridículo que me recuso a repetir, fora materiais escolares (cadernos, canetas, mochilas), equipamentos de educação física, despesas de alimentação, etc. Se os dois estiverem a trabalhar e ganharem o ordenado mínimo, 33% do seu rendimento vai com os porcos num dia. Se os pobres coitados tiverem o azar de ser só um a trabalhar, são 66%. E ouço dizer que o ensino público é gratuito.
gra•tui•to |ui|
(latim gratuitus, -a, -um, dado ou recebido de graça)
adjectivo
1. Feito, dado de graça.
2. Desinteressado.
3. Espontâneo.
4. Que não tem fundamento.
“gratuito”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/gratuito [consultado em 19-09-2014].
Dado de graça, diz o dicionário. 320 euros não é exatamente uma graça, aliás não tem piada nenhuma.
Mas ok, o pessoal faz o esforço de passar fome só no mesinho de Setembro para dar aos filhos a chance de ser mais que uns pobres diabos com um ordenado de 485 euros. Mas com certeza alguma coisa está mal. Talvez as crianças de hoje em dia sejam demasiado ambiciosas… Antigamente contentavam-se com uma enxada, e hoje é assim. Vá-se lá perceber…
Rainha de Espadas