A prosseguir a crónica, fica bem dizer aos leitores(as) que o meu falar muito acerca da natureza, nalgumas das minhas escritas, é porque tenho habitado a maior parte do tempo no campo, mesmo aqui e no Algarve, e não só. Também há influências da infância. Cresci no campo, cruzei-me um pouco por ambientes serranos e do mar, durante a juventude. Mas é como quem diz, cada pessoa conta de si, seja do campo, da aldeia vila ou cidade. Assim também considero adoro o espaço que permanentemente dá-nos o oxigénio que nos permite respirar nesta rodagem da existência.
Pouco ou nada escrevo da política, nem sou comentador desportivo, embora por vezes falando dos desportos. Articulista ou fazedor de contas da economia, nem pensar. Enfim, expresso-me à minha maneira, um contributo para este mundo complexo e tão diversificado dos nossos dias.
A ir mais pelo título da crónica, referencio um pouco à volta do mês de Outubro, é quando aqui no nordeste americano, normalmente a estação do Outono está no seu auge. Encostas e alturas cheíssimas de colossais bandas de vermelhos e amarelos e não só. São admiráveis essas paisagens, regozijam-nos, muita gente clica para obter imagens do momento, que podem ficar inesquecíveis e servir de inspiração.
Claro que neste mês de Outubro, à parte festivais, em termos de natureza não foi dos melhores, embora com lugares de maior brilho a condizer com a época.
Está-me a lembrar daqueles passeios no mês de outubro, e à beira da água, quando ainda era novato por cá – ouvia-se a Glória Estefane, no melhor da plenitude da sua voz, naqueles anos 80, e noventas, com seus ritmos ao estilo meio latino, que parecia-me rimar também na candura da essência outonal.
Na construção civil eram, continuam a ser estas temperaturas outonais as ideais para quem nisso trabalha, sobretudo na rua, já não é o meu caso. As idades têm as suas fazes, e passar a reparar melhor e com mais tempo pelo que se arranjou, nas jornadas da vida acho muito gratificante, e suplementar.
Já só a pouco mais de dois meses para novo ano, as temperaturas invernais aí estão e as noites cada vez mais longas. A luz solar, cada vez mostra-se menos nas vinte e quatro horas do dia, são coisas da natureza – da inclinação e giratória orbital da Terra por onde vamos andando com o tempo que nunca para.
Ireneu Vidal da Fonseca
Massachusetts
U.S.A.