Vamos ter um ano de 365 dias, porque “todos os dias contam”

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selmanunes2Parece que se está finalmente a apostar num Algarve vivo 365 dias por ano. Não que andasse morto, mas lá amorfo e repetitivo, estava. Isto quer dizer que o discurso que entoou, primeiro baixinho, depois em uníssono nas Universidades (na nossa, sei que sim), de lá saiu fresco e fofo e, imagine-se, chegou, claro está, ideologicamente recicladinho, a quem de direito. Já não era sem tempo.

Alguém (ou um conjunto de pessoas, em corrente) finalmente percebeu que as nossas temperaturas são sempre agradáveis comparadas a uma Europa do Norte de céu cinzento. Que para não poucas pessoas, o nosso Verão tem temperaturas extremas. Há pessoas não querem fazer caminhadas com quase 40ºC, há pessoas que preferem outras actividades de lazer em vez de praia. É que isto da praia parecia que estava incrustado até nas nossas mentes algarvias e não saía nem com tira-nódoas. Temos tanto mais! Tanto!

Um Algarve visitado 365 dias por ano é um Algarve com emprego. É um comércio rejuvenescido a trabalhar mais do que três meses e… uns pós de festas por ano. É a diferença entre ter mais qualidade de vida, ou viver da esmola e do carimbo, injustamente. É a justificativa para manter estradas, melhorar transportes e acessos, saneamento, etc. – porque a população não multiplica apenas três meses em doze.

É ter vida nas ruas e as infra estruturas cuidadas e visitadas: quer sejam salas de espectáculo, museus, ou um simples caminho para velocípedes. Finalmente, lá vieram uns pozinhos invernais de juízo centralizado (verbas) e nós, os algarvios desterrados, a viver literalmente de “Sol e Mar”, parece que vamos poder sentir-nos menos esquecidos no resto do ano. Menos abandonados pelos nossos compatriotas. Há agenda cultural todo o ano! Como nos outros sítios! Não temos de hibernar!

Eles dizem que todos os dias contam. Espero que sim. Os meus não têm andado para trás. E eu, que em todas as crónicas que escrevo, a reclamar, estou com um sorrisinho de contentamento – é a esperança.

Até pode ser que com tanta boa vontade, fique acabada a dita ecovia (assinalada em mapas, mas invisível em muitos troços – procurada por muitos, tal qual Santo Graal) e que a Estrada Nacional 125 faça, um dia, justiça ao trânsito que suporta, sendo verdadeira alternativa, em vez de verdadeira lixeira. Ou então, que as vidas humanas comecem a pesar mais do que o valor arrecadado por injustas portagens.

O que não é injusto é o Algarve ter programa cultural 365 dias por ano! Pelo contrário. Justíssimo! Visto daqui de onde estou, parece-me ser uma boa iniciativa. Espero ver os nossos artistas algarvios incluídos nesses cartazes. Por aqui, as coisas boas também contam.

Selma Nunes

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